terça-feira, 28 de abril de 2009

À Procura De Validade

À Procura De Validade

Ando gasto por etiquetas sem fim
À superfície do que o presente esgotou
Nas montras de um dia voltar a valer
Um corpo dentro do boneco que estou.

Vazio irónico, preenche-me a mente…
No adio de a fazer verbo do “serei” que sou.
Poso (na) saliva vidrada do valor a voltar,
Um bem fora, o mal meu para quem passou.

Usem-me mais, modernos em escadas rolantes!
Sou vosso: comércio necessário da ordem do gratuito.
De mim, solidão que venda as vossas em farsantes,
Para mim, silêncio que vos compre esse horror fortuito.

Abusem-me à náusea, líquidos em portas giratórias!
Sou vosso: ópio de entrada com pés na saída em frente.
Voltem prazos, voltem para sempre e depois do sempre!
Enquanto a promessa de eterno me paliar as memórias...