sábado, 9 de junho de 2012

Adeus, Tempos De Escola



Que semana mais estranha, em particular o último dia... É tão difícil expressar a balbúrdia de emoções que anda a deambular dentro de mim. Custa a acreditar que 13 anos de escola já são somente passado, mais ainda como voaram os últimos três e o que implicaram. Estou incrivelmente nostálgico, avassaladoramente vulnerável a nível emocional. Apetece-me chorar um oceano (de agradecimento, não de tristeza) e limitar-me a sentir este estado que nem compreendo, sem ter que pensar, como uma simples criança. Nada é mais belo que sentir, só sentir, ser o alvo mais fácil e ter o caos do universo no coração.


Engraçado como tudo começa num infinito de possibilidades e termina num capítulo fechado e irreversível. Os sonhos morrem, são adiados ou substituídos. Fica a saudade de os ter, a memória de tanto os querer... Mas tudo fica bem quando rolam os créditos finais. Acabamos por aceitar o que foi e esquecer o que nunca foi. Apenas a intermitência mental da realidade "se" causa alguma dor... 


Há três anos, estava no fundo, num estado miserável, perdido no tempo, no espaço e nos constantes sismos do meu ego de cristal. Viciado num hábito de auto-destruição, num estado inconsciente de convidar a depressão. O percurso foi sinuoso, com muitos passos em falso. Agora, estou melhor que nunca. Tudo feito e dito e concretizei aquilo que para mim é o propósito global do secundário: descobri-me! É apropriado o facto de só depois de chegar a essa meta, no 3º período do 12º ano, perceber que era esse o derradeiro sentido e que muito do resto era acessório... Hoje, sei quem sou, sei o que pretendo e o que não pretendo. Finalmente, sou "EU" e no futuro serei bem mais, cada vez melhor, acredito. Dos 16 aos 18, a minha personagem teve um desenvolvimento incrível. Nos dias que correm, encaixo nela e é simples interpretar a sua complexidade.


Em retrospectiva, estou grato acima de tudo. Grato pelo que vivi, com quem vivi, pelos momentos sérios, pelos momento estúpidos, pelos amigos que fiz (escassos, mas amigos na verdadeira acepção do termo), pelos meros conhecidos (que persistindo a lógica do meu passado, nada serão no meu futuro - salvo algumas excepções), pelos professores marcantes... Não consigo sequer dar relevância ao negativo. Felizmente, esmorece na força envolvente do positivo.


O que detesto é ter de dizer adeus. Não suporto despedidas e o seu carácter repentino! Gostava de poder seguir em frente sem deixar nada, ninguém para trás. Sim, carregamos as recordações, mas elas têm sempre um sabor doce amargo, uma eterna dualidade: a felicidade de as ter vivido num gládio incessante com a melancolia de não as poder viver outra vez. A saudade é o sentimento que coroa a palavra "frustração". Não há nada pior que perder pessoas importantes para qualquer uma das três grandes distâncias do cosmos: temporal, espacial e dimensional.


E no fim, o cliché é sempre o mesmo, é sempre o único que está condenado a fazer sentido: "A vida continua..." E a saudade também, corrijo eu... Mais ainda quando a nostalgia lhe concede o seu poder ilusório. Aí, vem a saudade do que nunca vivemos, das pessoas que nunca conhecemos, dos sentimentos que nunca sentimos...