terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sou Uma Ilha Deserta

Sou Uma Ilha Deserta

Estorvo rodeado pela vastidão do oceano
Avultam-se sussurros no ombro subconsciente.
Tudo menos sou que uma ilha deserta e por dentro...
Um ser que goteja o desespero de uma morte viva.

Dois pés funambulistas na ténue linha da sanidade
A pronto do pior, um ego que me quer fundo profundo.
A esperança sepultada, porém bípede até à eternidade
Uma face tão fácil num grito mudo e moribundo.

Acaba lúgubre o meu resquício ao beber o abismo
E faço preces por costas em que me possa apoiar,
Enquanto anseio a terra prometida depois do sismo.
Das cinzas, ares materiais, uma fénix para acreditar:

“Cerro os olhos na pluma que me conduz,
Deixando a evidência na subida da mente.
Lá no auge, um almejado farol radiante de luz!
Logo ali, um fogo que me cegue intensamente!"