À Procura De Validade
Ando
gasto por etiquetas sem fim
À
superfície do que o presente esgotou
Nas
montras de um dia voltar a valer
Um
corpo dentro do boneco que estou.
Vazio
irónico, preenche-me a mente…
No
adio de a fazer verbo do “serei” que sou.
Poso
(na) saliva vidrada do valor a voltar,
Um
bem fora, o mal meu para quem passou.
Usem-me
mais, modernos em escadas rolantes!
Sou
vosso: comércio necessário da ordem do gratuito.
De
mim, solidão que venda as vossas em farsantes,
Para
mim, silêncio que vos compre esse horror fortuito.
Abusem-me
à náusea, líquidos em portas giratórias!
Sou
vosso: ópio de entrada com pés na saída em frente.
Voltem
prazos, voltem para sempre e depois do sempre!
Enquanto
a promessa de eterno me paliar as memórias...