E acabou. Desta vez, não foi só
mais uma época... Todo o meu percurso nas camadas jovens, sete anos na UDB (o
que corresponde a mais de um terço da minha vida, coisa pouca) passam a
conjugar-se no passado, começam a encher-se de pó e a transformar-se em
nostalgia e recordações em forma de fragmentos.
Num plano geral, é mais que óbvio
dizer que foi uma jornada incrível. Jogar futebol é a minha grande paixão de
infância e foi neste clube que tive oportunidade de o fazer um pouco mais a
sério. Ter objectivos tangíveis durantes semanas a fio e contribuir para algo maior do que eu (um colectivo)... Dos 12 aos 18, de criança quase adolescente a adolescente quase
adulto... Tantas voltas à volta da minha existência, tantas mudanças e o futebol,
a UDB como constante! Fez sempre parte! Desde o típico (se bem que, no meu caso, frágil e efémero) sonho de mais um miúdo
que ambiciona fazer disso vida, até hoje em que o futebol é, talvez, acima de
tudo uma tentativa de agarrar a infância que resta em mim. Quando me sinto bem
em campo, consigo mergulhar na pouca água que ainda faz esse rio fluir.
Só tenho pena de não ter
conquistado algo relevante... Principalmente, esta temporada. Estava mesmo
empenhado em fechar com chave de ouro. Ainda assim, foi uma época positiva. A
nível individual, também correu bem. Nunca tinha sido tão regular em termos de
boas exibições. A grande mágoa é ter falhado no jogo mais importante... De
qualquer modo, adorei a ambiência em redor de 2011/2012. Foram, destas sete
temporadas, os meses em que mais gozo me deu treinar e jogar. Passaram a
voar...
Em relação ao que aí vem, não sei
muito... Sei que apenas voltarei a comprometer-me com um clube se e quando
tiver oportunidade de ser primeira opção, bastando para isso treinar e aplicar-me. Não vou ser hipócrita... Só me
interessa e só tenho motivação para estar onde faço falta. O contrário implica não me sentir bem. Como
será dificílimo conseguir o que pretendo, pelo menos num futuro próximo, é
provável que desapareça do mapa... A transição para o futebol sénior é frustrante.
O dia de ontem é um daqueles dias
cujo significado só vou realmente perceber à medida que o tempo dele se afasta.
É, por certo, bem maior do que aquilo que as suas 24 horas de duração indicam.
Apesar de estar empolgado em relação à entrada no ensino superior, à introdução
a um mundo mais amplo, diverso (e menos superficial, espero), 2012 é um ano
assustador. É estranho e perturbador que tantos anos sejam mortos num único,
por um único... Daqui a três semanas, são 13 reduzidos a cinzas...
Para todos os efeitos, porque fui e sou obcecado por estatística, aqui fica (guardado para lá do meu cérebro) o meu registo ioiô de golos marcados (partidas oficiais apenas, claro). Sendo jogador de posições avançadas e um ser humano altamente egocêntrico, constituiu sempre um modo de objectivar/quantificar o meu rendimento. Claro que é inflaccionado por golos a equipas fraquíssimas, mas felizmente apareci muitas vezes também em jogos grandes... A minha alternância de ano bom para ano mau é que, de facto, foi algo estranho...
2º ano de Infantil - 2005/2006: 22 golos
1º ano de Iniciado - 2006/2007: 12 golos
2º ano de Iniciado - 2007/2008: 27 golos
1º ano de Juvenil - 2008/2009: 7 golos
2º ano de Juvenil - 2009/2010: 28 golos
1º ano de Junior - 2010/2011: 6 golos
2º ano de Junior - 2011/2012: 20 golos
Total: 122 golos (o número de jogos deve ter rondado os 175).