segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Pluralismo Leviatitânico

Quando serendipidamente volto ou por força de trabalhos tenho de regressar ao que escrevi há uns anos sobre opressões sociais e angústias existenciais, tenho pena de mim mesmo. Gostava que essa autocomiseração fosse tão-só um "oh, o quanto eu era ingénuo", o paternalismo experiente doutrem injectado em mim. Há algo disso sim, mas pela parte maior, sempre fui um cínico com esperança desde a adolescência; um molho de contradições repugnantes, discriminatórias e hierárquicas na pele absurda e surda de quem pouco as sentiu. Dentro ficavam os ossos quebrados de um anarquista triste que não tinha palavras para o saber ser: a escola tirou-mas, a educação partiu-mos na indistinção entre a pancadaria gratuita no recreio com acessos gritados de liderança e grandes contos cautelares sobre a monstruosidade de um individualismo circunscrito a ser o meu corpo no mundo.

Foi é sempre esse o plano, aproveitar o desconto da infância, a fatalidade biológica de teres formigueiros no cérebro. A luz de alguém ou findas: fome, violado, um bife bem passado na estrada do lado. Um capuchinho vermelho. Pois que alguém lidere (a falta de sangue). Professores pais, família e pólis. A dupla injunção (des)atávica: "sê como o pai mas não sejas como o pai". E então aprendes, a apertar os atacadores. Os teus, de um amigo colega cooperação até que um dia faças antes sapatos na fábrica de um grande amigo Deus... emprega-te. Porque isso.

Respeita-o sê democrático somos todos iguais. E acho mesmo que vem daí, a escola compactuar com uma certa dose de bullying - entre estudantes -, só suficiente para ser invisível na TV. O bullying está-lhe no exangue da inevitabilidade hierárquica, dos professores fatalizados a desformigarem-te o cérebro onde acordas desabituado do mundo... vindo de um ventre qualquer. Estou a especular. No espelho de te mostrarem monstrarem como se faz... e faz-se comendo. "Vês como precisas da nossa superioridade para travar agressores", disseram todos os directores hipotéticos. (Que dispunham de todos os meios hipotéticos que não pudeste usar para travar agressores). E um esbofateou-me, o outro humilhou-me com o holofote expropriado da minha própria voz. Nunca se soube nunca houve. Mais, fosse esse o caso... "Temos de confiar no Estado de Direito, a justiça não se faz na praça pública", disse toda a injustiça no gabinete. Enfim, reconheço, não sei bem. Talvez haja um fundo de inevitabilidade e faça falta um líder fraco para pôr ordem na caça. Algo minimalista mesmo em adultos há adultos trastes. Mas cada merda de revolução degenera regenera na instituição da necessidade alargada. "Do meu salário a definir o teu", disseram todos os índices estatísticos de todos os que dizem: "O nosso corpo, as minhas regras".

Mas que génio quem se lembrou primeiro ser plural é ser "O teu trabalho à minha mangueira, a tua expressão à minha maneira". Icónico visionário humanista progressista. Era esse o plano, tirei-lhe o pano. E fui a tribunal por reclamar no meio. Da sala dele. Merda merda merda era esse o plano. Quando eu era novo. A escola nunca a "imolação progressiva da autoridade", sempre a "normalização progressiva da superioridade". Sem pancadaria gratuita no recreio sem acessos gritados de liderança, civilizar a coisa no salvífico de um individualismo possessivo que se circunscreve a ser o nosso corpo no mundo. Chamar-lhe comunitário chamar-lhe o homem que soube colocar-se no sapato dos outros. 

E de alguma maneira, voltaste. Voltaste a um ventre qualquer podes mudar daqui a 4 anos. A tua carne de cão domesticado para o ventre do lado. Era esse o plano. Foder o lobo durante o processo. Foder o lobo durante o processo. Até ao osso. O homem fode o lobo porque o homem é lobo do homem. O homem fode o lobo porque o homem é lobo do homem. Esta é a natureza humana: inventar uma para justificar a sua contradição. Hoje não te esqueças. Ser plural é soprar as velas ao corpo que te apaga a luz. Não pagaste. Se não gostares podes sempre. Crescer um ventre ou ser um bife bem passado na estrada do lado. Adultos representação podemos voltar lá, e vale a pena sonhar. Se num brilhante carro leviatitânico a olhar para mim sem me ver. Porque agora o Estado das coisas está em todo o lado. Nenhum. E e e ... Eu estou sinceramente finito de escolher entre a perda e a pedra numa urna que medra a neotenia conceptual do meu querido corpo de endosso.