Há
uns tempos dei por mim a pensar que estamos condenados a fazer
escolhas. Uma bênção para alguns, um autêntico pesadelo para outros
(eu). Pensava deixar tudo nas mãos da sorte, num mero jogo de cara ou
coroa. Entretanto apercebi-me que já estava a fazer uma escolha, não só
ao entregar o futuro à sorte, mas também ao associar diferentes
resultados às duas faces da moeda. Mesmo que aprofundasse o jogo,
iniciando a estupidez por um outro que decidisse a associação dos
resultados A ou B para cara ou coroa, teria de escolher. Entrava numa
interminável espiral de decisões. E no fim, no princípio, no meio,
escolhia. Escolhia sempre. Escolhia as escolhas. Escolhia as escolhas
que levavam a outras escolhas. Então, descartei totalmente essa hipótese
e DECIDI-ME por uma outra: ir pelo risco, não seguir atalhos, ir pelo
caminho mais difícil. Não é isso que nos ensinam mil e um contos que nos
lêem / lemos quando somos crianças?