És a hipocrisia do teu choro glacial,
A dissimulação dos teus em falso passos.
Uma beleza incontornável de carmim
Que esconde o veneno mais mortífero.
És o materializado doce amargo
Servido num prato de duas faces.
Um futuro adivinhado pelo passado,
Supra-presságio cego de ilusão.
És o vício toldado ao pestanejar os olhos,
Uma verdade oculta por uma íris opaca.
O deslumbre dos teus lábios politeístas,
Culto eterno expoente máximo de encanto.
És o convite enigma, perfeição paradoxal,
A sedução de um subtil e fraudulento toque.
Toda a falsidade que baila pelo mundo
Num só corpo infectante de mentira.
És a anatomia-mor da realidade.
Uma inocência fingida inventada
Por uma narrativa profetizada
De uma vitória a ti destinada...
é que eu
Sou um vampiro de filmes noir,
Um meme fatale que estava
Mesmo a pedi-las para escrevinhar
Ideias batidas de um letrado com clava.