domingo, 29 de junho de 2025

Encontra-me Em...

Eu sou o bilhete amarrotado no chão...
 Eu sou o chão que ficou depois da espera
  Eu sou a espera sentada durante minutos
   Eu sou os minutos à beira do cedro
    Eu sou o cedro e talvez o credo
     Eu sou o credo antes de findar o parque 
      Eu sou o parque para quem entra a norte
       Eu sou o norte apeado do autocarro 33
        Eu sou o autocarro 33 a sonhar à janela
         Eu sou a janela com o pôr-do-sol em reverso
          Eu sou o reverso a subir no cruzamento
           Eu sou o cruzamento ao pé da paragem
            Eu sou a paragem aquecida a tabaco
             Eu sou o tabaco dela a andar em segunda mão
              Eu sou a mão que abriu a porta do prédio
               Eu sou o prédio com cheiro a lixívia 
                Eu sou a lixívia entranhada no corrimão
                 Eu sou o corrimão gasto pelos regressos
                  Eu sou os regressos antecipados no tapete
                   Eu sou o tapete onde debaixo a chave
                    Eu sou a chave, o tédio, o apartamento  
                     Eu sou o apartamento de tudo e todos
                      Eu sou tudo e todos metido no bolso
                       Eu sou o bolso onde dentro a hora
                        Eu sou a hora, o lugar na esperança de alguém
                         Eu sou alguém a escrever a quem não sou
                          Eu sou quem não sou e queria ser no papel
                           Eu sou o papel tirado da gaveta  

quinta-feira, 26 de junho de 2025

Poema Sobre A Origem Do Sentido

 

 

 


.1

 

 

 

 

 



1 Nota prévia para o pós-leitura: para originar o sentido, desenhe um círculo à volta do círculo... caso seja um nome digno de uma Bianal... caso contrário, não funcionará porque não é permitido. Por favor, contente-se com o primeiro; limite-se a vê-lo por um ecrã.