domingo, 1 de dezembro de 2013

Sob O Efeito De Nada

Quando se criam circunstâncias exteriores (sou um fantoche delas, tenho somente a liberdade de as hiperbolizar - e como a vontade se lhe apega após uns tempos em que a sua existência foi de todo a sua ausência...) para eu me sentir melhor, também a sombra delas se aproxima proporcionalmente de mim...

Este semestre estou mais rotinado e menos distante de uma ou outra margem. Já é norma uma ascendência psicológica no meu segundo ano com um determinado grupo de pessoas: 9º > 8º; 11º > 10º. É o que demoro a ser o que os outros são logo num par de meses... Ao mesmo tempo, essas melhorias ligeiras que eu não tomo nunca como fim, mas como um meio para algo maior, um período feliz constante, são sempre anticlimáticas. É como se os meus desejos apagassem as velas e pedissem a falta deles. Nos restos, há só ânsias goradas de um clímax existencial.

Quando - à falta de termo à altura em português - a infatuation entra em jogo (julgava-me já imune), não posso não pensar que tudo se tornou um estúpido círculo vicioso.

Sei bem a razão: a plena falta dela. De existir... Causa o irracional mais lógico... E então olá anagnose. Cada passo maldito, bendito faço (cada dia é tão escasso)... Hey, dor de cabeça! Hey, obsessivo conflito interno como um esterno! Hey, potencial razão de existir!

Mas por fim, de novo, sem escuro idealista (estou cego pela essência da luz que vejo). Que morra essa merda!!! Desta vez o objecto sou eu, só eu, da falta...

Iniciar processo de inferiorização a tudo aquilo de que não sou nada digno, iniciar processo de divinização do nada que é tudo! Hiperbolizar auto-destruição pelo irracional tomado racional em cada sinal... Teu sinal meu. Raios, na mesma a objectificar!

De qualquer modo, honestamente, o rés-do-chão é o verdadeiro subterrâneo. Prefiro forçar o gume possível: tristeza. Prefiro um futuro em que o presente me habita vivo. Porque cada vidro que me corte hoje é uma tela de cinema amanhã... 

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