sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Catalisa Dor

Catalisa Dor

Acordas com um convite de sede
E uma nota de apelo à razão.
São um poço do teu desejo.
Perdes-te nos ponteiros da aceitação,
Encontras-te na dor de um lampejo.

São truques que sabes de cor.
Prometem-te a liberdade da rua
Se lhes juras uma lágrima tua.
Trazem-te a dor de seres quem és
Quer lhes negues a pressão ao invés,
Quer sacrifiques a liberdade aos teus pés.

É assim suster o mundo de braços abertos.
Ao ouvi-lo escapar no imenso do espaço,
Ao senti-lo voltar na aridez do escasso.
É assim verter a dor cascata de mil desertos.

Cresces a fugir à fatalidade da perdição
E no fim tudo o que não querias queres.
Aprendes a estar na redundância da solidão
E no epílogo do que te despedias pedes.
Quando já mesmo a dor rasteja por emoção...

Porque até podes esquecer os monstros do costume
E ajudar um olho preguiçoso adormecer,
Mas não podes evitar a dor de um ciúme
E o cambalear de milhões de erros ao alvorecer!

No fundo, sou eu que vagueio num tímido sorriso!
Sou eu que acredito na gravidade por impulso!
Sou eu que no meu império convulso!
E só comigo toda a dor cataliso!

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