quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Update Pessoal #2

De volta a uma determinada espécie de post... Mas é bom sinal que desta vez não tenha muito que reportar e que a sensação de fatalismo se tenha desvanecido. Sei que viver implica altos e baixos, só não quero desistir de realizações, de bem-estar emocional, de agarrar com agrado e perspectiva positiva a estrada em que estou. Tenho angústia que chegue (para impelir movimento) quando estou mais ou menos bem. Como agora...

1. Janeiro é me invariavelmente um mês tão opressivo, de desânimo avassalador, como a ressaca de uma antecipação de um clímax que não chega a acontecer e resulta em reset... Sabe bem poder emitir que em 2014 fugi à regra. As notas satisfatórias, por si só, não justificam este twist. O que mudou é que, através de tímidas iniciativas, sinto que estou a criar mecanismos que me permitem ter uma noção de possibilidade exterior (isto foi bué meta). Com isso quero dizer que parece possível desenvolver determinadas relações ou situações com outros seres humanos. Não estou num poço de alienação. Desde o final do secundário que não podia afirmar tal coisa. Tenho estado só sem ficar só, tenho alcançado solitude sem a necessidade de métodos de escapismo ou de entorpecimento como ocorre no Verão. Não posso voltar a isso, por mais que uma reacção anestesiante a que se conhece os cantos seja apetecível pelo conforto.

Interlúdio A: Estou numa fase doentia de The Cure. Adoro estas pancas que me aproximam de determinado artista musical, que me fazem escavar discografias. Já gostava bastante da banda em causa, agora esse gosto está a ascender a algo como um top 10 de todos os tempos, onde figuram bandas com que cresci, em que me moldei, melhores amigos. É ridículo que os The Cure sejam caricaturados como nada mais que uma banda gótica (numa acepção simplória) e melodramática... Disintegration é um dos melhores álbuns que alguma vez experienciei! Uma das canções que mais tenho ouvido (intitular "Untitled" um trabalho sobre incapacidade de expressão é tão inteligente):


 2. O que referi no ponto 1 tem também que ver com o facto de estar a sentir o que estou a sentir por ser humano x. Muito longe de idealismos estúpidos. Passou um milhão de anos desde que passei por um estado semelhante. É possível aliás que nunca tenha passado por isto desta forma. Não com esta certeza e prolongadamente. Quanto mais conheço, menos dúvidas tenho. Tomo-me como uma pessoa melhor ao empatizar com alguém em tamanho grau...

Além disso, não me tenho pautado pelo silêncio. Porque isto é real para mim. Tenho mostrado, tenho dito o que se passa de inúmeras maneiras sem, de verdade, o dizer... Não estou à espera... à espera de nada. Estou a iniciar, a lembrar x que eu existo, a lembrar-lhe que lembro a sua existência. Consequência: de súbito estou mais próximo do que parecia realístico há um mês atrás. As palavras saem tão leves, tão fáceis, sobre os mais diversos assuntos. Essa simples receptividade, sintonia tem me levado a segundos de melancolia transcendente, de êxtase emocional a que por norma só acedo pela arte e num nível mais ténue.

Se pessoa y demonstrasse interesse mais que "amigável" em mim sem que eu o reciprocasse, nunca permitiria qualquer aproximação. Ando a ser tão indirectamente óbvio (acho)... Porém o meu "óbvio" pode não o ser para o interlocutor e posso estar a ser visto como potencial amigo.

Esta ilusão, fundada em factos, faz-me bem, mas convém estar preparado para uma desilusão. É impossível deixar de ter expectativas quando não quero deixar de as ter... Logo se vê. Se for preciso chafurdar na lama, vou agir para que seja algo breve. Vou tentar não me oferecer, não voltar a sobrevalorizar pessoas que se estão a lixar para mim. Estou cansado de me fazerem sentir anedótico, inútil, etc.

Interlúdio B: Se em música tenho estado em mood para The Cure, em cinema tem sido o film noir a empolgar-me. Sempre simpatizei com a fotografia de alto contraste, com os cenários urbanos e nocturnos conjugados com personagens de moral ambígua, com tormentos psicológicos e com diálogo inteligente e cínico. No passado nada me encheu as medidas. Até que esta semana Out Of The Past me arrebatou. Aqui fica um trailer (ranhoso):



3. Metade da minha licenciatura está completa. Felizmente os mínimos que estabeleci no início do meu percurso no ensino superior deixaram de o ser após um único semestre. Aumentaram e mesmo assim tenho margem de manobra de cerca de 1,25 valores. Se acabasse com a média actual seria fantástico, mas não quero incutir em mim um acrescento a uma auto-pressão já exagerada. Num plano prático, para além de estar a adorar, agrada-me a sensação de estar a aprender, a melhorar, a descobrir em áreas que correspondem aos meus grandes interesses. Nomeadamente em cinema sinto-me hoje muito mais capaz de análise e portador de maior conhecimento histórico do que antes de começar o curso. Só continuo anómico face à escolha futura de um mestrado...

Poslúdio: Não acompanho Family Guy. Não sou grande fã, diga-se. De qualquer modo, esta cena é digna de um qualquer hall of fame:

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