sábado, 22 de fevereiro de 2014

Update Pessoal #3

1. A menos que algo forte que motive expressão ocorra, vou entrar em blackout do "eu" (de posts deste tipo) nos próximos tempos. Estou cansado, exausto de mim, dos meus festivais de egocentrismo. Claro que eles acontecem por ter poucas pessoas com que me preocupar e por elas não estarem presentes fisicamente. Nada me daria mais prazer que poder focar-me, atentar em alguém que não eu. Acredito com convicção que tenho algo a oferecer a colegas de espécie. Frustra-me que males invisíveis, obstáculos interiores sejam a minha cruz a suportar, que nunca me faça ver...  

2. O que é que uma rejeição que foi, face aos desenvolvimentos recentes, inesperada significou para além da dor imediata e aguda que acarretou (ainda bem que esqueço estas coisas com facilidade)? Primeiro, a perda da expectativa foi uma artéria perfurada, um maremoto do subconsciente para o consciente de uma hemorragia interna que estava estanque. Essa hemorragia é o meu isolamento opressivo... É fodido. Tento sempre construir-me à volta de outras pessoas e nunca gostei de alguém assim... Neste caso, depois da desilusão inicial, custou mais compreender que ser humano x se está a lixar para mim a todos os níveis... 

Mas houve uma segunda consequência, uma luz. Falta encontrar o túnel que me leva a ela... Sofri uma injecção de niilismo, estou mais solto. Em relações, pior do que me aconteceu é improvável. Também reflecti a fundo sobre todas as vezes em que fui incorrecto ou não me expressei como devia com outros. Estou a fazer certas pessoas saber... Sinto que me tenho tornado melhor nos últimos meses. Mais flexível, empático, tolerante. Isto veio acentuar essa evolução. Noutro plano, se quiser ser positivo, há um número substancial de atitudes/acções/iniciativas tomadas nos últimos tempos (desde Dezembro e ainda mais depois do que aconteceu...) a que sempre fugi no passado. Só receio que aos 20 seja um pouco tarde...

Interlúdio: Isto x1000!!!

"I'm not saying that I'm giving up
I'm just trying not to think as much as I used to
Cause "never" is a lonely little messed up word
Maybe I'll get it right some day
For the first time in a long time I can say
That I want to try
I feel helpless for the most part
But I'm learning to open my eyes
And the sad truth of the matter is
I'll never get over it
But I'm gonna try
To get better and overcome each moment
In my own way"




3. Devia-me ter "vestido de palhaço" em permanência (não só de vez em quando) no início do ano lectivo transacto e devia ter anuído "sim" a mais coisas. Nunca me foi muito difícil actuar e era por aí que ia criar possibilidades. As pessoas simpatizam com quem baixa as defesas, demonstra as imperfeições e é activo, empático, cómico... Deixa de ser um concurso de ocultação de defeitos... Tive as minhas razões (para lá de transtornos psicológicos), mas nem as vou enunciar, pois eram erradas... Infelizmente, segui o meu retrato de adolescência: um tipo só sentado num banco. À espera. À espera de nada como se isso pudesse num tiro de sorte levar a tudo... Agora é complicado. É complicadíssimo fugir a ideias que se cimentam sobre algo ou alguém. E não visualizo nenhuma actividade ou lugar em que me possa recriar. Sempre isto...

4. Um amigo propôs-me uma determinada ideia e não podia concordar mais. Espero, portanto, que o que vou afirmar seja um pouco menos absurdo (para lá da parte de ser uma generalização). Se por um lado a interacção profunda com pessoal somente hedonista, que não tem anseios de instrução, é quase impossível (desde logo porque estes a desprezam), por outro há nos mais academizados, nos intelectuais algo que me é incrivelmente repulsivo: a colocação da razão num pedestal e, em alteridade, o julgamento de que a sensibilidade, a emoção é algo inferior, rasca... Aplaudo sempre esta citação: "O miserável receio de ser sentimental é o mais vil de todos os receios modernos." Eu estou a meio caminho dessas duas generalizações, o que é chato... Quero aprender, mas quero sentir com violência...

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