14
Braços-baloiço
numa segunda-feira sépia
Em mãos-melisma
no São de Novembro.
Assim
começa, o sem fôlego de tanto o ter
Por
ti, sabor de nada saber, todo o membro
Ao
arrepio no paraíso de querer e desconhecer.
Sala de
sempre à socapa e beijo-tiro no escuro.
Em
nome do tacto, o meu pescoço a fotografar
Os
calafrios de um intervalo desde logo futuro.
Podes
durar um búzio, blindada imagem infinita de arfar…
Aproximações
como um grandeur metafísico a cada muro.
O
teu-meu elástico rosa e o sabor de a tudo saber
Durante
conversas de quarto num romance neo-epistolar;
As polaróides
fragrantes em folhas de diário sem caducar
No
Outono quase estático de ao teu tronco ascender.
Memória
rainha na câmara lenta de Dezembro poente,
Aquele
parque ao crepúsculo como iluminada balada
No
qual me pulsas a gravidade para o chão crescente
Num
uno de dígitos em que nascemos a era dourada.
A tua
persistência à minha resistência, comissura
Onde
os avanços recuam a línguas estrangeiras.
Não
perguntes, não digas, a defesa à mistura,
O meu
senso incomum de socializar barreiras.
Mas
até aí, souvenir de fundo ao fitar pela costura…
Para
lá de ficar a pedra que (as fragilidades) me atiraram,
Mais
que segundas chances e remorsos exagerados
Permanece
o ar rarefeito e a quintessencial inquietude;
Mais
que aulas de anatomia e aniversários decorados
Desaparece
o rancor dramático e a demencial atitude.
Se a
recordação é esse ser que nos vive em escalas
Posso
alegar-lhe o discurso apologético do teu bem,
Fazer
de um gramofone o aeroporto para falsas falas,
Um
clássico apropriado para sobreviver ao meu desdém
A
gratidão distante de te perenizar uma passagem doce:
“Querido
motivo maior, vamos sempre ter os catorze.”
Sem comentários:
Enviar um comentário